sábado, 15 de novembro de 2014

texto e interpretação- 9º ano

Quando a rede vira um vício 

É difícil perceber o momento em que alguém deixa de fazer  uso saudável e produtivo da internet para estabelecer com ela uma relação de dependência — como já se vê em parcela preocupante dos jovens


Com o título “Preciso de ajuda”, Carolina G. fez um desabafo aos integrantes da comunidade Viciados em Internet Anônimos, a que pertence:
“Estou muito dependente da web. Não consigo mais viver normalmente”. Essas frases dão a dimensão do tormento provocado pela dependência da internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, sobretudo entre jovens de 15 a 29 anos.
Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também sofre de constantes crises de abstinência quando está desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim, momentos de rara euforia, mas não percebe que vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real até se aprisionar num universo paralelo e completamente virtual.
Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, porém, em todos os casos, a internet era apenas útil ou divertida e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido.


Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. Para o psiquiatra Daniel Spritzer, “a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, por isso a família raramente detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle”.
A ciência, por sua vez, já tem bem mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet aumenta até culminar, pasme-se, numa rotina de catorze horas diárias, e as situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da troca de refeições por sanduíches – que prescindem de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo, como alerta a psicóloga Ceres Araujo: “Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem”.
Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimensão de acesso às informações, à produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se privar, portanto toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso acerca do razoável: até duas horas diárias, no caso de crianças e adolescentes. Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles
enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados.

(Silvia Rogar e João Figueiredo, revista Veja, 24.03.2010. Adaptado)


1.Questões para interpretação ou discussão:
Qual é o tema da reportagem?

Segundo o texto,  quais são os sintomas desse vício?

E quais podem ser as consequências?

Qual é a sugestão apresentada no texto para lidar com esse problema ou sua prevenção?

Você acha a comparação do vício  em internet com outros tipos de vícios  é muito forte? Justifique sua resposta.

Na sua opinião, faria alguma diferença para o convencimento do leitor se o texto não tivesse exemplos  de pessoas que passaram por esse problema?Justifique sua resposta.
O texto apresenta opinião de especialistas. Quem são  e quais suas especialidades?

2. Produção de  texto
A partir da leitura do texto e de seu conhecimento do assunto, produza um texto sobre o tema O jovem e a Internet

texto e interpretação- 9º ano

CASO DE SECRETÁRIA

Foi trombudo para o escritório. Era dia de seu aniversário, e a esposa nem sequer o abraçara, não fizera a mínima alusão á data. As crianças também tinham se esquecido. Então era assim que a família o tratava? Ele que vivia para seus, que se arrebentava de trabalhar, não merecer um beijo, uma palavra ao menos!
Mas no escritório, havia flores à sua espera, sobre a mesa. Havia o sorriso e o abraço da secretária, que poderia muito bem ter ignorado o aniversário, e entretanto o lembrava. Era mais do que uma auxiliar, atenta, experimentada e eficiente, pé-de-boi da firma, como até então a considerara; era um coração amigo.
Passada a surpresa, sentiu-se ainda mais borocochô: o carinho da secretária não curava, abria mais a ferida. Pois então uma estranha se lembrava dele com tais requintes, e a mulher e os filhos, nada?
Baixou a cabeça, ficou rodando o lápis entre os dedos, sem gosto para viver.
Durante o dia, a secretária redobrou de atenções. Parecia querer consolá-lo, como se medisse toda sua solidão moral, o seu abandono. Sorria, tinha palavras amáveis, e o ditado da correspondência foi entremeado de suaves brincadeiras da parte dela.
            -O Senhor vai comemorar em casa ou numa boate?
Engasgado, confessou-lhe que em parte nenhuma. Fazer anos é uma droga, ninguém gostava dele neste mundo, iria rodar por aí à noite, solitário, como o lobo da estepe.
          - Se o senhor quisesse, podíamos jantar juntos - insinuou ela, discretamente.
E não é que podia mesmo? Em vez de passar uma noite besta, ressentida - o pessoal lá de casa pouco tá ligando -, teria horas amenas, em companhia de uma mulher que - reparava agora -era bem bonita.
Daí por diante o trabalho foi nervoso, nunca mais que se fechava o escritório.Teve vontade de mandar todos embora, para que todos comemorassem o seu aniversário, ele principalmente.Conteve-se, no prazer ansioso da espera.
         - Onde você prefere ir? - perguntou, ao saírem.
         - Se não se importa, vamos passar primeiro em meu apartamento. Preciso trocar de roupa.
          Ótimo, pensou ele;- faz-se a inspeção prévia do terreno, e, quem sabe?
           - Mas antes quero um drinque, para animar - ele retificou.
Foram ao drinque, ele recuperou não só a alegria de viver e fazer anos, como começou a fazê-los pelo avesso, remoçando. Saiu bem mais jovem do bar, e pegou-lhe do braço.
No apartamento, ela apontou-lhe o banheiro e disse que o usasse sem cerimônia. Dentro de quinze minutos ele poderia entrar no quarto, não precisava bater - e o sorriso dele, dizendo isto, era uma promessa de felicidade.
Ele nem percebeu ao certo se estava arrumando ou se desarrumando, de tal modo os quinze minutos se atropelaram, querendo virar quinze segundos, no calor escaldante do banheiro e da situação. Liberto da roupa incômoda, abriu a porta do quarto. Lá dentro, sua mulher e seus filhinhos, em coro com a secretária, esperavam-no cantando "Parabéns pra você".

Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1988.

Atividades:
1. Pelo contexto, qual o sentido de:
Trombudo –
Borocochô-
Pé-de-boi -
2. A que gênero pertence o texto lido? Justifique
3. O homem estava trombudo e borocochô porque:
(   ) estava ficando mais velho.
(   ) odiava festa de aniversário.
(   ) sua esposa e seus filhos não lembraram do seu aniversário.
(   ) não gostou das flores que ganhou da secretária.

4.Que história o leitor imagina que será contada?

5. Que história de fato é contada?

6. Que elemento do enredo permite perceber a diferença entre o que se diz na questão 4 e na 5, tornando interessante e envolvente a leitura do texto?

7. O título do texto sugere alguns sentidos. Quais?
8. Depois de ter lido o texto, por que você acha que a secretária lembrou-se do aniversário do chefe?
9. Com que intenção a secretária convidou o chefe para jantar? Como o chefe interpretou a ida ao apartamento dela?

10. Como você imagina a reação do homem ao ver a esposa e os filhos cantando “Parabéns a você”?

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Exercícios sobre vozes verbais e verbos irregulares

Atendendo a pedidos, alguns exercícios para quem quer ter um bom desempenho na próxima prova! Vozes verbais e Verbos irregulares.

1. Preencha as lacunas corretamente, usando os verbos irregulares no tempo pedido:

a. Ainda que eu ____________ o torcedor mais fanático, meu time ainda perde. (Ser/Presente do Subjuntivo)

 b. Eles _____________ muitos amigos, mas todos eles ___________ embora. (Ter/ Ir/ Pretérito Imperfeito do Indicativo)

c. Eu _____________ uma linda canção para você (Compor/ Pretérito Perfeito do Indicativo)

d. Se ele _____________ mais esperto, ___________ o que está acontecendo (Ser/ Ver/ Futuro do Pretérito do Indicativo)

e. João e Maria ________ até a floresta em busca de ouro. (Ir/ Futuro do Presente do Indicativo)

f. Eu ______ o que ________. (Ser/ Presente do Indicativo)

g. Tu ____________ muito dinheiro na poupança antes de falir (Reter/ Pretérito Imperfeito do Indicativo)

h. Vós __________ doentes nestes últimos dias? (Estar/ Pretérito Perfeito do Indicativo)

i. Filipe e eu ____________ para a festa. (Vir/ Presente do Indicativo)

 j. Quando tu __________ o José, me avise. (Ver/ Futuro do Subjuntivo)


2. Identifique as Vozes Verbais usando para Voz Ativa (VA), Passiva Analítica (VPA), Passiva Sintética (VPS) e Reflexiva (VR):
O1. Alugaram-se todas as casas da vila.
02. O garoto feriu-se com o canivete.
03. O homem é corrompido pela sociedade.
04. Consertam-se aparelhos eletrônicos.
05. Felipe plantou uma rosa.
06. Os meninos admiravam a locomotiva.
07. João foi ferido por Paulo.
08. A moça admirava-se no espelho.
09. Não se vê viva alma na praça.
10. Os pais educam os filhos.
11. Os dois pretendentes insultaram-se.
12. O cachorro ficou esmagado pelas rodas do carro.
13. Eu machuquei o rapaz.
14. Todos comeram uma fatia do bolo.
15. Nunca se ouviram queixa dele.
16. A casa foi vendida pelo corretor.
17. Abraçaram-se com alegria e emoção.
18. Ele fez todo o trabalho em apenas um dia.
19. Os dois falaram-se rapidamente.
20. Cortaram o cabelo da criança.
21. Carla foi correr no parque.
22. O cabelo da criança foi cortado.
23. Praticam-se ações humanitárias.
24. O Detento havia sido libertado pelo juiz.
25. A apresentação agradou ao público.

Mais um pouquinho...

3. Continuem classificando as vozes verbais...

1. Eu machuquei o rapaz.
2.  Todos comeram uma fatia do bolo.
3. Nunca se ouviram queixa dele.
4. A casa foi vendida pelo corretor.
5. Abraçaram-se com alegria e emoção.
6. Ele fez todo o trabalho em apenas um dia.
7. Os dois falaram-se rapidamente.
8. Cortaram o cabelo da criança.
9. Carla foi correr no parque.
10. O cabelo da criança foi cortado.
11. Praticam-se ações humanitárias.
12. O Detento havia sido libertado pelo juiz.

Aqui umas questões objetivas para vocês "treinarem"... Concentração, pessoal!

1. A locução verbal que constitui voz passiva analítica é:

a) fazer essa operação?
b) Você teria realizado tal cirurgia?
c) Realizou-se logo a intervenção.
d) A operação foi realizada logo.

2. O seguinte período apresenta uma forma verbal na voz passiva: "as pessoas comprometidas com a corrupção deveriam ser punidas de forma mais rigorosa". Qual a alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente?

a) deveria punir
b) puniria
c) puniriam
d) deveriam punir

3. A oração "o alarma tinha sido disparado pelo guarda" está na voz passiva. Assinale a alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente.

a) disparara
b) fora disparado
c) tinham disparado
d) tinha disparado

4. A oração "o engenheiro podia controlar todos os empregados da estação ferroviária" está na voz ativa. Assinale a forma verbal passiva correspondente.

a) podiam ser controlados
b) seriam controlados
c) podia ser controlado
d) controlavam-se

5. Assinale a oração que não tem condições de ser transformada em passiva.

a) As novelas substituíram os folhetins do passado
b) O diretor reuniu para esta novela um elenco especial
c) Alguns episódios estão mexendo com as emoções do público
d) O autor extrai alguns detalhes do personagem de pessoas conhecidas

Instruções para as questões subsequentes: Passe a frase dada, se for ativa, para a voz passiva, e vice-versa. Assinale a alternativa que, feita a transformação, substitui corretamente a forma verbal grifada, sem que haja mudança de tempo e modo verbais.

6. Não se faz mais nada como antigamente.

a) é feito
b) têm feito
c) foi feito
d) fazem


7. Saí de lá com a certeza de que os livros me seriam enviados por ele, sem falta, na data marcada.

a) iria enviar
b) foram enviados
c) enviará
d) enviaria

8. Em meio àquele tumulto, ele ia terminando o complicado trabalho.

a) foi terminando
b) foi sendo terminado
c) foi terminado
d) ia sendo terminado

9. Seria bom que o projeto fosse submetido à apreciação da equipe, para que se retificassem possíveis falhas.

a) submeteram - retifiquem
b) submeter - retificar
c) submetessem - retificassem
d) se submetesse - retifiquem

10. Se fôssemos ouvidos, muitos aborrecimentos seriam evitados.

a) ouvíssemos - estaríamos
b) formos ouvidos - serão evitados
c) nos ouvissem - se evitariam
d) nos ouvissem - evitariam


Gabarito nas aulas de aprimoramento.

texto e interpretação 8º ano

Atividades de interpretação - 8º e 9º

Conversa de botequim
Vadico e Noel Rosa

Seu garçom faça o favor
De me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada,
Um pão bem quente com manteiga à beça,
Um guardanapo
E um copo d`água bem gelada
Fecha a porta da direita
Com muito cuidado
Que eu não estou disposto
A ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa,
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas
Um isqueiro e um cinzeiro

Telefone ao menos uma vez
Para 34-4333
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empreste algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure essa despesa
No cabide ali em frente

1)     Logo no primeiro verso, por meio do uso de um vocativo, fica claro quem fala e quem escuta nessa “conversa”.
a)     A quem a personagem que fala na canção se dirige?
b)     Quem é a personagem que fala?

2)     Observe como o tamanho dos versos desta canção varia muito. Pensando também no título, como você explicaria esse fato?

3)     No entanto, para realizar-se como canção, a letra e a melodia devem manter ainda alguma regularidade. Assinale as rimas da canção.

4)     Em que modo estão os verbos usados pela personagem para se dirigir ao garçom? Por quê?

5)     Na primeira estrofe, o “cliente” faz ao garçom uma série de pedidos.
a)     O que ele pede?
b)     Esses pedidos são adequados à situação?

6)     Na segunda estrofe outros pedidos são feitos.
a)     Quais são eles?
b)     Esses pedidos são adequados à situação?

7)     Na última estrofe, o “cliente” parece passar dos limites.
a)     O que ele pede ao garçom?
b)     Explique por que esses pedidos excedem o que se espera que um cliente peça a um garçom.
c)     Como o botequim é chamado pelo cliente?
d)     O que esse cliente vai fazer no botequim?

8)     Por ser o fragmento de um diálogo, “Conversa de botequim” reforça a coloquialidade própria do gênero canção. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.


Gabarito:
1)     Logo no primeiro verso, por meio do uso de um vocativo, fica claro quem fala e quem escuta nessa “conversa”.
a.      A quem a personagem que fala na canção se dirige? Ao garçom.
b.      Quem é a personagem que fala? O cliente de um bar ou botequim.

2)     Observe como o tamanho dos versos desta canção varia muito. Pensando também no título, como você explicaria esse fato? A canção imita a fluidez e a coloquialidade da fala.

3)     No entanto, para realizar-se como canção, a letra e a melodia devem manter ainda alguma regularidade. Assinale as rimas da canção.

4)     Em que modo estão os verbos usados pela personagem para se dirigir ao garçom? Por quê?
Os verbos estão no imperativo. Eles definem o tipo de relação que se estabelece entre as personagens da canção.
5)     Na primeira estrofe, o “cliente” faz ao garçom uma série de pedidos.
a.      O que ele pede?
Um média (xícara de café com leite), um pão quente com manteiga, um guardanapo e uma gelada.

b.      Esses pedidos são adequados à situação?
Sim, pois são pedidos de um cliente a um garçom de botequim.
6)     Na segunda estrofe outros pedidos são feitos.
a.      Quais são eles?
Para que o garçom não limpe a mesa e para que traga uma caneta, um tinteiro, um envelope um cartão, palitos, cigarro, revistas, isqueiro e cinzeiro.
b.      Esses pedidos são adequados à situação?
Não são mais pedidos apropriados a um botequim, pois incluem itens encontrados na tabacaria ou na papelaria.
7)     Na última estrofe, o “cliente” parece passar dos limites.
a.      O que ele pede ao garçom?
Pede para que o garçom ligue para um número e ordene a um tal de Osório que mande um guarda-chuva; pede dinheiro emprestado e pede para que o gerente “pendure” a conta.
b.      Explique por que esses pedidos excedem o que se espera que um cliente peça a um garçom.
Os pedidos da última estrofe são inusitados, o que ajuda a produzir o humor na canção. Eles imitam uma relação de patrão com empregado, ou de pessoa muito “espaçosa”, em ambiente familiar.
c.      Como o botequim é chamado pelo cliente?
Nosso escritório.
d.      O que esse cliente vai fazer no botequim?
Provavelmente, ele é um poeta, um sambista que vai ao botequim para compor suas canções.