sábado, 26 de abril de 2014

texto e interpretação- 9º ano

Ao perdedor, as latinhas- 9º ANO




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Ao perdedor, as latinhas

Nem a mais visionária das mães-dinás poderia imaginar: o ofício de catador de latinhas tornou-se uma profissão como outra qualquer. Com os ecos da crise econômica se abatendo sobre todos nós, o zé-povinho precisa usar a criatividade para continuar vivo – ou, pelo menos, emitindo alguns, ainda que mínimos, sinais vitais. Resultado: à Lavoisier, o lixo metálico produzido pelas classes A, B, C e D ajuda a comprar brioches para alimentar a classe Z, aquele lumpesinato que cada vez aumenta mais de consistência e volume nas grandes e pequenas cidades do país.
Carnaval é festa esperada com ansiedade por essa nova categoria de profissionais que os IBGEs da vida ainda não catalogaram. Nada mais justo: nesse período, de alto consumo de produtos armazenados em invólucros de alumínio, tiram o pé da lama. E o que se viu por aí, pelas ruas do país, foi um aguerrido exército, sempre à espreita para catar aquela latinha que, displicentemente, alguém acabou de jogar no chão.
Não existe limitação de idade para o exercício da profissão de catador de latinhas. Também não exige formação específica, nem o ensino fundamental completo, nem rudimento de alfabetização. O básico para se tornar exímio profissional do setor é aquela condição humana que nos leva a fazer seja lá que diabo for para não virar comida de abutres.
Salvador, no Carnaval, uma das maiores usinas de geração de latinhas de cerveja e refrigerantes do planeta, é a Meca, o lugar ideal, a cidade dos sonhos de todos esses valentes profissionais que vivem das sobras do lixo ocidental: a Las Vegas deles.
Os catadores de latinhas podem ser família completa: pai, mãe e muitos filhos, todos imersos na faina diária de coletar o maior número possível de peças de alumínio para revenda. Ao final de suada semana de trabalho, podem faturar talvez R$5, talvez R$10, o que pode parecer pouco para gente como a gente, que está na base da pirâmide invertida, também conhecida como elite. Para eles, não. Serve ao menos para adiar a morte por fome, bala ou vício.
No Carnaval de Salvador, o espaço nobre para os catadores de latinhas é aquele, virtual, criado entre a passagem de um bloco de trio e outro. Em ritmo de emboscada, espremidos entre as paredes dos prédios e a multidão que saracoteia ao redor, mergulham sem medo  no lixo alumínico recém-jogado e enchem muitos sacos com as cobiçadas peças.
Ser catador de latinhas pode parecer fácil, mas não é. O.k., não precisa de exame vestibular. Muito menos daquela série de documentos que se costuma exigir quando somos admitidos em algum emprego. Mas o exercício dessa profissão requer rapidez, agilidade, disposição física, fôlego e certo estoicismo. Afinal de contas, não deve ser muito reconfortante para o ego viver das sobras do lixo produzido por outros homens, aparentemente tão filhos de Deus quanto.
De qualquer forma, não será de todo absurdo se, da próxima vez que perguntarmos a alguma criança da periferia das metrópoles o que gostaria de ser quando crescer, ouvirmos: “Quero ser catador de latinhas, tiô!”
(Rogério Menezes, Revista Época de 19 de março de 2001)


INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

01. Assinale a ÚNICA alternativa que NÃO corresponde às idéias apresentadas pelo autor.

A)     As pessoas são levadas a catar latinhas para não morrer de fome.

B)     A luta pela sobrevivência nas cidades fez surgir uma nova profissão: catador de latinhas.

C)     Catar latinhas é uma profissão rendosa, pois permite aos seus profissionais comprar brioches.

D)     É humilhante precisar catar latinhas para sobreviver.
  Resposta:  Letra C
02. Neste texto, o autor critica

A)     as pessoas que jogam latinhas de cervejas ou refrigerantes no chão, sujando as cidades.

B)     a desigualdade social, fazendo com que algumas pessoas tenham que viver do lixo produzido por outras.

C)     o alto consumo de bebidas durante o Carnaval, gerando um aumento excessivo de lixo metálico.

D)     o fato de o zé-povinho catar latas na rua, atrapalhando a imagem do país no exterior.
Resposta:  Letra B

03. Assinale a ÚNICA alternativa em que a palavra ou expressão em destaque NÃO está adequadamente interpretada de acordo com seu sentido no texto.

A)       “...pai, mãe e muitos filhos, todos imersos na faina diária de coletar o maior número possível de peças de alumínio...” (linhas 19-20) = trabalho

B)       “Nem a mais visionária das mães-dinás poderia imaginar: o ofício de catador de latinhas tornou-se uma profissão...” (linhas 1-2) = videntes

C)       “Resultado: à Lavoisier, o lixo metálico produzido pelas classes A, B, C e D ajuda a comprar brioches para alimentar a classe Z...” (linhas 4-5) = nada se perde, mas se transforma

D)       “...não será de todo absurdo se, da próxima vez que perguntarmos a alguma criança daperiferia das metrópoles...” (linhas 33-34) = vizinhança
Resposta:  Letra D

04. Assinale a ÚNICA alternativa em que as palavras ou expressões NÃO denunciam as condições sub-humanas dos catadores de latinhas:

A)     profissionais que vivem das sobras do lixo ocidental.
B)     categoria de profissionais que os IBGEs da vida ainda não catalogaram.
C)     classe Z.
D)     aguerrido exército.
Resposta:  Letra D
ü  As questões 05 e 06 deverão ser resolvidas relacionando o texto “Ao perdedor, as latinhas”, de Rogério Menezes, com o fragmento transcrito a seguir:
Caixa de texto: “Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir a outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos.
Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.
(Quincas Borba, Machado de Assis)
 

05. Comparando os textos de Rogério Menezes e de Machado de Assis, pode-se dizer que

A)      a paz significa a destruição das duas tribos; da mesma forma a luta de classes deve significar a destruição das classes sociais.

B)      como perdedores, os catadores de latinhas devem ser suprimidos para que as pessoas de outras classes sociais sobrevivam.

C)      os catadores de latinhas e a tribo derrotada na guerra merecem nosso ódio e compaixão.

D)      a classe Z não será exterminada se conseguir sobreviver com o lixo produzido pelas outras classes.
Resposta:  Letra D

06. As expressões “Ao vencedor, as batatas” e “Ao perdedor, as latinhas” permitem-nos concluir que

A)     as batatas e as latinhas vazias são troféus de guerra.
B)     vencedores e perdedores nunca ganham realmente.
C)     as latinhas estão para as batatas assim como as tribos em guerra estão para as classes sociais na batalha do dia-a-dia.

D)     as batatas e as latinhas garantem aos vencedores e perdedores a sobrevivência.

Resposta:  Letra D

05. Comparando os textos de Rogério Menezes e de Machado de Assis, pode-se dizer que

A)   a paz significa a destruição das duas tribos; da mesma forma a luta de classes deve significar a destruição das classes sociais.

B)   como perdedores, os catadores de latinhas devem ser suprimidos para que as pessoas de outras classes sociais sobrevivam.

C)   os catadores de latinhas e a tribo derrotada na guerra merecem nosso ódio e compaixão.

D)   a classe Z não será exterminada se conseguir sobreviver com o lixo produzido pelas outras classes.
Resposta:  Letra D

06. As expressões “Ao vencedor, as batatas” e “Ao perdedor, as latinhas” permitem-nos concluir que

A)   as batatas e as latinhas vazias são troféus de guerra.
B)   vencedores e perdedores nunca ganham realmente.
    C) as latinhas estão para as batatas assim como as tribos em guerra estão para as classes sociais na batalha do dia-a-dia.

    D)  as batatas e as latinhas garantem aos vencedores e perdedores a sobrevivência.

Resposta:  Letra D

texto e interpretação- 8º ano

Liberdade

   Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.

   Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade! "; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em certo instante.

  Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.

   Ser livre como diria o famoso conselheiro... é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.

  Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (As vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!
 ...

   Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.

   E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!
 ...

   São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.

   Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos
construtores de Babel...

(MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho:crônicas Editora Record  Rio de Janeiro, 2002, pág. 07.)


Após ler atentamente o texto, responda às questões abaixo:
 
1.De qual livro foi retirado o texto Liberdade? ___________________________


De quem é a autoria? ________________________________

(Nas questões 2 a 7, assinale a alternativa correta)

2.O texto afirma que
(A) a escravidão depende das escolhas das pessoas.
(B) a liberdade de um acaba onde começa a liberdade de outrem.
(C) as criaturas combatem a liberdade com entusiasmo juvenil.
(D) os sentimentos sombrios deslumbram a liberdade.

3O resultado de ser livre é
(A) ampliar a órbita da vida.
(B) cantar a liberdade como nossos avós.
(C) viver sem sonhar.
(D) viver sem qualquer obrigação.

4A liberdade é tão fundamental ao homem que
(A) certamente se prefere a morte à liberdade.
(B) com liberdade tudo se consegue na vida.
(C) onde não há liberdade não há pátria.
(D) sem liberdade não se constrói coisa alguma.

5Em “Ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado
(....)”, os termos destacados se referem a pessoas que

(A) comportam-se de forma imprevisível.
(B) desobedem às regras e às convenções.
(C) fazem só o que os outros lhes determinam.
(D) sabem muito bem o que devem realizar.

6No segundo parágrafo do texto, entende-se que a Liberdade é
modernos.

(A) a inspiração para cantos antigos e
(B) o bem mais precioso do homem.
(C) um bem esquecido por nossos parentes.
(D) uma luta que, às vezes, vale a pena travar.

07A questão central tratada no texto é

(A) a emoção dos antepassados.
(B) a felicidade das pessoas
(C) a liberdade humana.
(D)o combate à escravidão.

8.Qual o significado da palavra liberdade para você?

9.Você acha que  o Brasil, atualmente, é uma nação livre? Justifique sua resposta?

10.Releia: “Ser livre é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho” (4º parágrafo). Como você compreende  esse trecho?

Gabarito:

1.Escolha seu sonho. Cecília Meireles(O aluno deve saber encontrar as informações sobre o texto, ver que estão logo abaixo e que o sobrenome na bibliografia vem primeiro, que o nome do livro geralmente aparece em itálico...)
2 B, 3 A, 4 C, 5 C, 6 B, 7 C
8, 9 e 10 – respostas pessoais.

textos e interpretações- 8º ano

Interpretação - 8º ano

 Bilhete ao futuro



Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente do fabuloso futuro.
Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos colocou de frente ao século XXI, nos incitou a liquidar de vez o século XX e a sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro sempre será um exercício de vida. O que projetar para amanhã? (...)
Affonso Romano de Sant’Anna





1) Os dois parágrafos acima fazem parte do texto cujo autor é Affonso Sant’Anna. Esse tipo de produção textual é chamado de crônica, porque: 
a)   defende um tema. 
b)   tenta ludibriar o leitor. 
c)   faz o registro do dia-a-dia. 
d)   conta uma história antiga. 
e)   exalta as belezas do país amado. 

2) O acontecimento que originou esse texto está relacionado: 
a)   à promoção do reitor da Universidade de Brasília. 
b)   à realização do reitor como mestre da Universidade de Brasília. 
c)   ao pedido feito pelo reitor da Universidade às pessoas de Brasília. 
d)   à liquidação dos problemas do século XX. 
e) ao pedido feito pelo ex-reitor da Universidade de Brasília aos brasileiros. 

3) Segundo o cronista, o bilhete ao futuro: 
a)   incitaria as pessoas a “sair da hipocondria político-social”. 
b)   incitaria as pessoas à revolta social e política no presente e no futuro. 
c)   incitaria as pessoas a liquidarem de vez com as ideias do século XX e do século XXI. 
d)   incitaria as pessoas a escreverem mensagens de desilusão. 
e)   incitaria as pessoas a se comunicarem por bilhetes, algo incomum nos dias atuais. 

4) Segundo o cronista: 
a) futuro jamais deverá ser pensado pelos hipocondríacos político-sociais. 
b) o amanhã é algo imprevisível; sempre haverá momentos tumultuados. 
c) o estímulo à fuga da hipocondria político-social seria a oportunidade que a redação do bilhete oferece. 
d) o povo não queria se comprometer com as políticas sociais da década. 
e) a população tinha muita dificuldade para redigir o bilhete do futuro. 

5) A frase que exprime a conclusão do cronista sobre o significado de escrever um bilhete ao futuro é: 
a)   “O futuro e o presente só interessam ao passado.” 
b)   “O passado é importante e, no futuro, seja o que Deus quiser.” 
c)   “O presente é hoje e não é necessário preocupação com o futuro.” 
d)   “Pensar o futuro é um exercício de vida.” 
e)   “O futuro, a gente deixa para pensar amanhã.” 

6) As mensagens que as pessoas enviariam ao futuro são representadas, no texto, pelas palavras: 
a)   belezas e possibilidades 
b)   esperanças e perplexidades 
c)   angústias e esperanças 
d)   realizações e lembranças 
e)   frustrações e melancolias 

7) O tratamento adequado para se referir ao reitor de uma Universidade é: 
a)   Ilustríssimo Senhor 
b)   Vossa Magnificência 
c)   Excelentíssimo Senhor 
d)   Vossa Senhoria 
e)   Vossa Excelência 

8) As duas vírgulas que aparecem na primeira frase foram empregadas para expressar uma:
a)  explicação 
b)  contrariedade 
c)  adversidade 
d)  enumeração 
e)  oposição 

9) Um ser humano que sofra de hipocondria, segundo o texto, e considerando o sentido conotativo, é assim conhecido por: 
a)   apresentar obesidade descontrolada 
b)   possuir seríssimos  problemas de saúde 
c)   ser extremamente romântico 
d)   isolar-se socialmente 
e)   ser dependente de medicamentos 

10) O pronome ela, destacado no texto, relaciona-se à palavra: 
a)  mensagem 
b)  hipocondria 
c)   esperança 
d)  intenção 
e)  ideia

Respostas:
 
1- c, 2- e, 3- a, 4- c, 5- d, 6- b, 7- b, 8- a, 9- d, 10- e
Professor: que tal pedir aos alunos que escrevam bilhetes ao futuro?


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A etiqueta nas redes sociais
Ryana Gonçalves
Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social cibernético do que no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos emoções, não há toque, não há olhares silenciosos cheios de significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.
Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos em casa antes de sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS. Assim como tem aquele cara que nunca posta nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a quantidade de gente sem noção, de puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a dizer, sempre. 
Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o ciclano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já aparecem outros status reclamando... e eu estou reclamando dessa gente que como eu só reclama e não faz nada. 
Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só desabafa e daqui a pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto mais a gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal, simplesmente), curtir não significa "dar em cima" e assim por diante. Temos que entender que assim como temos nossas preferências quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas, também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado? Educação. Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta um bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D. Pense nisso!
Disponível em: http://thefirstimpressionsofme.blogspot.com.br/ 


1) O texto classifica-se em:
(    ) narrativo
(    ) argumentativo
(    ) informativo
(    ) descritivo

2) A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?

3) No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada ambiente social. 

4) Por que a palavra "respeitados" foi escrita de forma diferente?

5) Qual é o problema apresentado no texto?

6) O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?

7) Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a autora revela sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?

8) Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero textual comentário serve para expormos uma curta análise de um determinado assunto, permitindo que manifestemos a nossa opinião, concordando ou discordando.

9) Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes sociais? Ou já postou algo e depois se arrependeu?

10) Observe a charge. Escreva de que forma é possível relacioná-la ao tema do texto. 
 



Respostas:
1) (x) argumentativo
2) Ela se refere ao convívio social cibernético.
3) Ambiente social cibernético, virtual: “teclado, mouse, tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.”
Ambiente social físico, real: “toque, olhares silenciosos cheios de significados, presença, corpo.”
4) Para destacar o que a autora considera importante, mostrando a relação entre esta palavra e o tema “etiqueta”, “educação”.
5) A falta de educação e de bom-senso por parte de algumas pessoas na convivência pela Internet, sobretudo em sites de relacionamento.  
6) Entender que todos têm suas diferenças, agir com educação e  respeito.
7) A autora sugere “um bom diálogo frente-a-frente, sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D”, ou seja, não ficar preso às redes sociais.
8) Resposta pessoal.
9) Resposta pessoal.
10) Resposta possível: A charge se relaciona com o texto à medida que mostra o quanto algumas pessoas expõem sua vida nos sites de relacionamento. Sem ponderar, exibem todo o tipo de conteúdo, que é instantaneamente visualizado, compartilhado, podendo se estender até aos desconhecidos.


 

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Telegrama
Carlos Drummond de Andrade

Emoção na cidade.
Chegou telegrama para Chico Brito.
Que notícia ruim,
que morte ou pesadelo
avança para Chico Brito no papel dobrado?

Nunca ninguém recebe telegrama
que não seja de má sorte.
Para isso foi inventado.

Lá vem o estafeta com rosto de Parca
trazendo na mão a dor de Chico Brito.
Não sopra a ninguém.
Compete a Chico
descolar as dobras
de seu infortúnio.

Telegrama telegrama telegrama.

Em frente à casa de Chico Brito o voejar múrmure
de negras hipóteses confabuladas.
O estafeta bate à porta.
Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.
Não lê imediatamente.
Carece de um copo de água
e de uma cadeira.
Pálido, crava os olhos
nas letras mortais:

Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia espero merecer valioso apoio distinto correligionário minha reeleição deputado federal quinto distrito cordial abraço.
Atanágoras Falcão.


1) No verso “que morte ou pesadelo”, o que a palavra destacada sugere?

2) O que é um estafeta?

3) Parca, de acordo com a mitologia, é uma das deusas que fiava, dobrava e cortava o fio da vida. Sabendo disso, o que o eu-lírico quis comunicar no verso “Lá vem o estafeta com rosto de Parca”?

4) Explica o significado das expressões: voejar múrmurenegras hipóteses, sofrimento préviocarece.

5) Explica a diferença entre dia natalício e dia natalino.

6) Há “emoção na cidade”. Por quê?

7) Quem estava confabulando em frente à casa de Chico Brito?

8) Que expressão o poeta usa na 1ª estrofe para se referir ao telegrama?

9) O estafeta mantém sigilo. Que frase informa isso?

10) Na 4ª estrofe, ocorreu a repetição de uma mesma palavra. O que o poeta quis sugerir?

11) No verso “O estafeta bate à porta”, há a repetição de uma mesma consoante. Qual é? O que o poeta pretende com isso?

12) Quem era Atanágoras Falcão?

13) Qual era o objetivo da mensagem enviada no telegrama a Chico Brito?



Respostas: 
1) Algo ruim.
2) Carteiro.
3) O eu-lírico quis dar a entender que a notícia trazida pelo estafeta poderia lhe causar a morte, pois uma mensagem trazida às pressas geralmente não é boa.  
4) Murmúrios e cochichos, suposições de algo ruim, sofrimento antecipado,  precisa.
5) Dia natalício se refere ao dia de nascimento e dia natalino, ao dia de Natal.
6) Há emoção na cidade pela chegada de um telegrama com uma notícia inusitada que desperta a curiosidade das pessoas.  
7) Os vizinhos.
8) Usa a expressão “papel dobrado”.
9) O verso “Não sopra a ninguém”, 3ª estrofe.
10) A repetição mostra o anúncio entre as pessoas da vizinhança que viram o estafeta chegar, alarmando umas às outras.    
11) Além de dar sonoridade ao poema, ele destaca a letra T, reforçando o título e o objeto que serviu de tema para o texto (Telegrama).
12) Era o remetente do telegrama, um candidato a deputado federal.
13) Parabenizar Chico Brito pela passagem do aniversário e aproveitar para fazer campanha política.

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O açúcar
Ferreira Gullar

O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.

Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.


1) Assinale os sinônimos do verbo dissolver no verso: “flor que se dissolve na boca”:
(     ) se desmancha
(     ) se esparrama
(     ) se acaba
(     ) se dilui

2) Marque a alternativa em que a palavra amarga possui o mesmo significado do texto:
(     ) Aquela sobremesa estava amarga.
(     ) Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga.
(     ) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.

3) Marque a alternativa em que a palavra dura possui o mesmo significado do texto:
(     ) Realizamos uma dura tarefa.
(     ) O móvel era feito de madeira muito dura.
(     ) O seu jeito duro afasta as pessoas.

4) Reescreva a frase “homens de vida amarga e dura produziram este açúcar”, substituindo as palavras destacadas por um sinônimo.

5) A que tipo de açúcar o eu-lírico está se referindo?
(     ) ao açúcar mascavo      
(     ) ao açúcar refinado     
(     ) a qualquer tipo de açúcar

6) A que elementos o açúcar é comparado?

7) Descreva o retrospecto que é feito sobre o açúcar.

8) Na última estrofe, o que se opõe à doçura do açúcar? 

9) Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar têm a vida amarga?

10) Escreva com as suas palavras a mensagem que o poeta deseja transmitir.
Respostas:
1) (x) se desmancha, (x) se dilui
2) (x) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
3) (x) Realizamos uma dura tarefa.
4) “homens de vida difícil e árdua produziram este açúcar”
5) (x) ao açúcar refinado     
6) É comparado ao beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca.
7) Mesa do consumidor – Mercearia – Usina – Canaviais.  
8) A vida amarga dos homens que trabalham nos canaviais.
9) Porque vivem em lugares distantes, onde não há hospital nem escola. Não sabem ler, morrem cedo.
10) Resposta pessoal.